Me ocorreu que alguns escritores tem medo de apostar na carga emocional dos personagens que criam, ou por medo ou por inabilidade de exporem-se emocionalmente através dos livros, ou por receio do que os “outros” vão pensar se colocarem carga dramática acima de experimentações com a forma. Me ocorreu que ultimamente ando com pouco saco pra isso, e tenho direcionado minhas leituras no sentido contrário.
No começo do ano li Manhood for Amateurs do Michael Chabon, e fui chacoalhado pelo modo ao mesmo tempo cruelmente realista e sinceramente afetuoso com que ele olha pra cada pessoa que significou algo na vida dele. Depois li o Tudo o que fizemos do Carlos André Moreira e percebi que fazia muito tempo que eu não parava uma leitura pra bufar de indignação com a situação de um personagem. Por fim, li o Orgulho e Preconceito da Jane Austen, que terminei com a mesma sensação melancólica que tenho quando volto de viagem após passar um tempo hospedado na casa de alguém.
Um comentário:
Catarse sempre é bom!
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