terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Julgue pela capa

Artigo do site Good is Dead, citado pelo excelente blog The Book Design Review diz: "lêem-se prognósticos sobre o fim do livro há anos. O argumento do quão adorável é deitar-se na cama lendo um bom livro é batido e tolo. Só vale se aquilo que você estiver em mãos for um calhamaço impresso em bom papel e com uma boa capa. São esses elementos de design que distinguem o livro de outras formas de armazenar informação". E segue com essa citação sobre o fim do livro frente à internet, tirada de um artigo recente do New York Times:

"Esqueça sobre corte de custos e mercado de massa. Não pense em sucessos instantâneos. Você não vai vencer pela distribuição rápida, e não vai vencer no preço. O ciberespaço já cobriu essa área. Voltemos para uma idéia retrô: que um livro, impresso com tinta em papel durável e de tom amarelado para maior longevidade, é um objeto de beleza. Faça o melhor que puder, e as pessoas iráo amar".

E segue com um exemplo: o pessoal da Penguin Books sabe da importância do livro como um objeto de beleza física. Recentemente, eles relançaram todos os livros de James Bond com um novo visual retrô-cafona-chic, uma coleção de clássicos de aventura para garotos também em estilo retrô, e chamaram desenhistas de quadrinhos para fazer capas para alguns de seus livros mais cult - a de Art Spiegelman para a Trilogia de Nova York, de Paul Auster, acaba de ser usada pela Cia. das Letras na nova edição brasileira do livro. E a de Frank Miller para O arco-íris da gravidade, de Thomas Pynchon, é simples e sensacional ao mesmo tempo.

5 comentários:

Anônimo disse...

Falo muito disso sobre o CD. Se ele for só um meio de transporte de informação, bye. É preciso transformá-lo em um objeto de consumo. Quase artesanal. Algo para se enfeitar a estante. O livro também. O livro objeto. Boa história, capa linda. Dessas de se ampliar e colocar na parede. Abss!
Ah! espia esse link sobre capas:
http://nytimesbooks.blogspot.com/2008/11/my-favorites-of-2008.html

Samir Machado disse...

Pois é, Eric. Acho que o vinil sempre teve esse aspecto, uma coisa que o cd nunca conseguiu ter, de ser um colecionável estiloso. Tanto que os discos de vinil estão aí, de volta as prateleiras, como artigo para colecionadores aficcionados. Não consigo imaginar isso acontecendo com o CD daqui a uns anos.

Rafa disse...

Oi, chegando por aqui através do Eric. Achei bem interessante esta idéia. Se há alguma peculariedade que justifica a existência do livro é de fato a estética. Para mim, conta também o cheiro, e as marcas do tempo num livro gasto, adoro.
P.S. Se quiser me visitar: http://escritosesparsosbr.blogspot.com/

Anônimo disse...

Eu tenho alguns cds colecionáveis bem legais. Tem um acústico do 10.000 Maniacs que é todo feito em papel, artesanal mesmo, lá do Nepal :). Entre outros frutos da época do dólar a 1 real. Bons tempos que não voltam mais. Mas concordo com você, o vinil tem um charme único! Pergunta de leitor para editor: Uma capa de livro mais diferentona não subiria muito o custo de produção? Abs!

Samir Machado disse...

Depende do quão diferentona se está falando. Provavelmente sobe o custo. Mas há de se avaliar sempre a relação custo-benefício. Para o bem ou para o mal, o livro ganha o leitor na capa.

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