sexta-feira, 15 de julho de 2011

Peru - Dia 3 - Ainda em Lima

O trânsito em Lima é o caos encarnado. Não que não se respeite os sinais, mas como num clichê de filme ambientado em países latinos, tudo aqui acontece ao mesmo tempo, todos gritam, todos correm. Também não sei o que os limenhos tem contra lavar os carros, mesmo os mais novos vem acompanhado de uma crosta de poeira marrom na parte inferior. E os onibus, onde o veículo mais novo deve ter uns trinta anos, passam correndo, o cobrador desce à porta e grita o destino, as pessoas saltam pra dentro com o carro ainda em movimento, e ele segue embora correndo. O caos, o caos. Nos disseram que os taxis mais seguros eram os amarelos, portanto só pegamos os amarelos, que calham de ser também os mais arrebentados. Um senhor muito querido, muito velho e muito simpático foi dirigindo em segunda marcha ouvindo musicas tipicas peruanas na rádio de um carro que não tinha nem cinto de segurança nem, aparentemente, nada que forrasse os assentos entre o tecido e as molas.


Mas então que, finalmente, visitamos o centro de Lima, a Plaza Mayor, a grande praça que outrora foi o centro do império espanhol na América do Sul. Há muitas coisas ali para serem vistas, em especial as sacadas de madeira dos prédios, sendo o maior destaque disso o palácio arcebispal. Mas nossa prioridade era, antes de mais nada, encontrar a Igreja e Convento de São Francisco, cuja fachada era tomada por uma quantidade hitcockiana de pombos, encarando arrogantes quem passasse pela entrada. Aida que o convento guarde obras e objetos lindissimos, o motivo principal da visita, aquele que o faz valer a pena, e talvez o passeio mais legal que fizemos em toda Lima, foi a visita às catacumbas.

As catacumbas da São Francisco são uma série de túneis que correm por baixo da igreja e do convento, guardando os ossos de cerca de 25 mil corpos. Uma pena que não se pode tirar fotos, há poços enormes com crânios e fêmures organizados em linhas circulares (e coroados por uma garrafinha pet jogada por algum estudante secundarista). Inevitável, pensei em Indiana Jones e a Última Cruzada, Demos sorte de, na volta do passeio, ao passar novamente pela Plaza Mayor, foi no exato momento em que se iniciava a troca da guarda diária em frente ao palácio do governo, onde um pelotão em marcha de Silly Walk substituia outro ao som da trilha de Gladiador tocada por uma banda marcial.

O almoço foi numa cebicheria, a La Mar. Mais tarde descobrimos que não só ela pertence ao chef mais renomado do Perú, como tem filial em São Paulo e que pagamos 50 soles (cerca de 35 reais) por um prato que no Brasil seria cobrado cerca de 100 reais. E ali provamos finalmente o cebiche e o pisco sour, o prato e a bebida nacionais cuja paternidade é disputada entre Peru e Chile. O ambiente do restaurante é bonito, e ajuda a deslumbrar turistas já predispostos ao deslumbre, como era nosso caso.

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