quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Testosterona
Azincourt, de Bernard Cornwell (2009)
Um dos destaques da Bienal do Rio em setembro, o escritor inglês Bernard Cornwell veio ao Brasil lançar seu novo livro, Azincourt, que funciona como uma espécie de introdução à sua obra, marcada por diversas séries (só o das Aventuras de Sharpe conta com 20 romances, 7 deles lançados no país, além das trilogias Crônicas de Artur, favorita dos fãs, e A Busca do Graal). Estão ali todos os elementos típicos de suas aventuras, a começar pelo protagonista, Nicholas Hook, que após bater num padre (que, nos livros de Cornwell, são sempre tarados sádicos), torna-se fora da lei até ingressar no exército de Henrique V, em sua campanha pela coroa da França, culminando na famosa batalha que dá título ao livro. Está presente o pacote padrão de Cornwell: desde as detalhadas descrições históricas de roupas, cenários e hábitos, até – elemento presente em todos os seus livros – o violento resultado do fanatismo religioso, coisa que o autor, cujos pais adotivos eram fundamentalistas cristãos, conhece bem. Em níveis de testosterona, os livros de Cornwell são o equivalente literário a jogar God of War ou assistir 300 de Esparta (e me ocorre que, se uma mulher lesse, jogasse e assistise as referidas obras num combo, desenvolveria um par de testículos por geração espontânea). Ainda que se repita muito em estilo e temas, Cornwell possui um excelente senso de ritmo e domínio da narrativa.
Texto publicado originalmente na revista Noize.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Postar um comentário