terça-feira, 26 de julho de 2011

Diário do Peru – Cusco, Puno e o Lago Titicaca

Voltei do Peru no sábado, mas lá vão alguns tópicos finais sobre a viagem, para finalizar esse diário:

• Puno e o Lago Titikaka, Uros e Taquiles
No domingo mesmo, as nove da noite, pegamos um ônibus leito para Puno, e após seis horas e meia de viagem (a segunda pior da minha vida), chegamos à cidade ainda de madrugada. A primeira impressão sobre Puno não foi das melhroes: a cidade fede a agua suja parada e lixo não-recolhido. Logo cedo, fomos à marina e embarcamos numa lancha junto de um grupo multicultural que incluia turistas argentinas, colombianas, um bem empolgado casal americano de meia-idade vindos de Seattle e outro, mais jovem, vindos da California - e duas belgas que pensamos o tempo todo serem francesas.


O destino: as ilhas Uros, um arquipélago formado por cerca de setenta ilhas artificiais flutuantes feitas de um junco típico chamado "totora", por um povo que se considera o mais antigo da Terra e que a séculos preferiu viver boiando no lago do que se subjugar aos incas ou espanhóis. Cada ilha abriga um número pequeno de famílias, que moram em cabanas feitas do mesmo junco, e vivem de pesca e turismo. Andar pelas ilhas parece um pouco como andar por nuvens, o chão é macio, como uma grande bóia. Aldo, um morador da ilha que visitamos, nos convidou a entrar em sua casa e mostrou feliz o painel solar, recebido nos tempos de Fujimori, de quem os Uros são muito agradecidos (ah, Fujimori, o Maluf do Perú).

Das ilhas Uros, mais duas horas de viagem de barco pelo Titikaka até chegar na ilha Taquiles, esta sim uma ilha natural, enorme, onde vive gente de origem quechua mantendo hábitos que descendem dos próprios incas, num sistema curioso de hierarquia social determinado pelo tipo de gorrinho que usam. Lá, como parte do tour, uma família local nos recebeu no pátio de sua casa e nos serviu uma referição local, uma sopa inca de quinua e um prato de truta assada, enquanto dançavam alguma dança típica. Provavelmente a refeição a maior altitude que já fiz.

• Comendo no Peru
Não falei muito dos restaurantes. Em Cusco, o lugar que mais frequentamos, até pela familiaridade maior com os pratos, foi um café-bar americano, o Jack`s Café. Lá, sanduiches, sopas e saldas ceaser são servidos em porções generosas, e ali comi um prato daquelas panquecas americanas que se parecem com uma pilha de almofadas cobertas de calda. Como ficava no começo de San Blás, o bairro artístico de Cusco, estava sempre a meio caminho dos ateliês e artesanatos que visitávamos.
Na plaza de armas de Cusco, minha irmã descobriu outro café-bar, mais globalizado imposível: um pub irlandês cuja especialidade era comida tailandesa - isso no meio do Perú. Tinha ali um prato de lomo saltado bem razoável. Foi também na plaza de armas que almoçamos no Inka Grill, onde finalmente provei um prato de carne de alpaca. Creio que completei o ciclo de pratos típicos nisso.

• Estive no Peru e lembrei de você
Nosso último dia foi dedicado à catar lembranças de viagem para amigos e família - chás e balas de coca, artesanatos e roupas de lã de alpaca. No Perú, todo se negocia, até mesmo o táxi, onde o valor da corrida é sempre negociado antes da corrida, e se conseguem descontos ótimos, mas essa vida cansa. Chegando em Porto Alegre, agradeci por ver novamente um taxímetro na frente.

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