sexta-feira, 5 de julho de 2013

Gatsby

Outra confissão: Gatsby, o livro, não me impressionou muito, embora tenha óbvios méritos que justifiquem a aura em torno de si. É um bom livro, que não teve ressonância interna em mim, como outros livros, maiores ou menores, tiveram. Isso, dentro do contexto "Grande Romance Americano", (se eu entender que, se "Grande Romance Americano" fosse um gênero específico, imagino que necessariamente deveria: a) se passar na primeira metade do século XX, quando os EUA se tornaram a potência que são hoje, e b) ser sobre dinheiro - ou a falta de -, sobre sucesso pessoal e a visão da cultura americana de si mesma como "terra da oportunidade").

Assim, assisti à adaptação do Baz Luhrman com um espírito aberto. Venha o que vier. Mudem o que quiser, que não me importo muito, apenas me mostre um bom filme. E, rapaz, que canseira. Depois de uns trinta ou quarenta minutos (talvez fosse menos, mas a sensação era interminável) do que me pareceu um videoclipe hiperativo de O Aviador versão Lady Gaga, se essa fusão fosse dirigida pelo David La Chapelle, me virei para minha amiga e disse: é um carro desgovernado que vai bater, mas eu quero ver ele bater. E ele bate, e explode, no momento que Jay Gatsby entra em cena, com fogos de artifício inclusos. Eu teria abandonado o cinema se, confesso, o efeito caótico não fosse também hipnótico. Depois disso, tem-se a impressão que o filme começa de fato quando Gatsby encontra Daisy no meio das flores, e então tem-se um filme quase normal, até aceitável dentro do que se pode esperar de Baz Luhrman.

A escalação do elenco, ao menos, faz jus aos personagens. Mas até chegar nessa conclusão, eu já estava bem cansado.


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